Debate entre os candidatos à Prefeitura de Vitória da Conquista foi mediado pela apresentadora Georgina Maynart, da TV Bahia
Os quatro candidatos à Prefeitura de Vitória da Conquista participaram, nesta quinta-feira (3), do último debate promovido pela TV Sudoeste, região sudoeste da Bahia. A transmissão aconteceu com a mediação da apresentadora Georgina Maynart e foi dividido em quatro blocos.
A dinâmica teve em média 2 horas e estiveram presentes Lúcia Rocha (MDB), Marcos Adriano (Avante), Sheila Lemos (União Brasil) e Waldenor (PT).
Vale ressaltar que foram convidados apenas os candidatos de partidos, coligações ou federações que tenham representação mínima no Congresso Nacional prevista em lei.
1º Bloco
Na primeira parte, os candidatos responderam perguntas com tema livre. Cada candidato respondeu apenas uma vez, garantindo que todos respondessem e todos perguntassem.
A candidata Sheila Lemos (União Brasil) começou o bloco questionando a candidata Lúcia Rocha (MDB) sobre o uso de dinheiro público na compra de passagens para suas filhas e citou um processo que ela responderia. Em sua réplica, Lúcia Rocha se defendeu sobre a acusação e rebatou citando uma ação da Polícia Federal na Secretaria de Saúde que aconteceu durante a pandemia. Sheila teve a oportunidade de se defender na tréplica e aproveitou para solicitar um pedido de resposta por ter sido chamada de “inelegível” pela opositora. O pedido foi aceito e a candidata justificou sua elegibilidade citando ação do Ministério Público em seu favor, apesar da decisão contrária do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Marcos Adriano (Avante) iniciou suas perguntas questionando à Sheila Lemos (União Brasil) sobre a solicitação de um empréstimo mesmo recebendo R$ 300 milhões de orçamento e a candidata teve a oportunidade de apresentar a sua defesa durante a resposta, alegando ter feito um financiamento junto a Caixa Econômica Federal para investir em um programa de aceleração. Durante a réplica, o candidato questionou mais uma vez a razão desses empréstimos e na tréplica Sheila Lemos citou alguns dos investimentos que afirma ter feito através deste dinheiro.
Em seguida, Waldenor (PT) ficou responsável de fazer uma pergunta ao Marcos Adriano (Avante). Ele citou que a cidade de Vitória da Conquista tem quase R$ 2 bilhões em orçamento, mas sofre com falta de dipirona, transporte, falta de remédios para pressão e falta de merenda escolar. Marcos Adriano fez as suas considerações pontuando problemas na área da saúde da cidade e Waldenor seguiu com o mesmo discurso.
No fim do bloco, Lúcia Rocha (MDB) fez a pergunta para Marcos Adriano (Avante) e levantou a questão da saúde em Vitória da Conquista. O candidato falou em sua resposta sobre a aplicação dos quase R$ 2 bilhões de orçamento do município e alegou que este não justificaria a precariedade no sistema de saúde e afirmou que, caso eleito, trabalharia na reestruturação dos hospitais e na implantação de seis novas UPAs.
2º Bloco
Na segunda parte, as perguntas foram com temas determinados. A dinâmica permaneceu com cada candidato respondendo apenas uma vez, garantindo que todos respondessem e todos perguntassem.
Os candidatos à prefeitura de Vitória da Conquista focaram em temas como zona rural, saúde e infraestrutura. Waldenor (PT) iniciou criticando a gestão atual pela falta de investimentos e abandono da zona rural. Ele afirmou que as estradas estão mal conservadas e escolas quilombolas foram fechadas, comprometendo o desenvolvimento dessas áreas. O candidato citou também 70 postos de saúde que foram criados durante o governo do PT.
Sheila Lemos (União Brasil) defendeu as ações do seu governo, afirmando que o orçamento destinado à zona rural aumentou significativamente de R$ 5 milhões à R$ 40 milhões por mês. Ela também mencionou que as estradas rurais estão sendo cuidadas e que investimentos contínuos estão sendo feitos para garantir o bem-estar dos moradores dessas áreas.
Além disso, Marcos Adriano (Avante) destacou problemas na saúde pública do município e criticou a falta de recursos básicos nos postos de saúde, afirmando que “a saúde pública da cidade está na UTI”. O candidato prometeu também a construção de novos hospitais, uma reestruturação do atendimento médico e afirmou que pretende levar ambulâncias para todos os distritos e grandes povoados.
Lúcia Rocha (MDB) durante o seu momento de participação no bloco criticou a gestão municipal na questão da saúde e comentou a importância das parcerias entre o poder público e privado. A candidata também aproveitou para falar sobre a importância de construir uma cidade inclusiva, com pisos táteis, rampas e investir em uma educação inclusiva.
3º Bloco
Já no terceiro bloco, os candidatos responderam perguntas com tema livre, porém dessa vez os candidatos poderiam ser escolhidos até, no máximo, duas vezes para resposta.
Em sua participação neste bloco, Sheila Lemos (União Brasil) questionou sobre investimentos do PT que não teriam saído do papel e citou projetos que foram concluídos apenas em sua gestão. Entre as suas menções estavam as obras da Avenida Perimetral e os 200km em asfaltos que foram entregues pelo município. Sheila ainda citou sobre R$ 100 milhões aprovados em projeto do novo parque da Lagoa das Bateias.
Marcos Adriano (Avante) questionou as vendas das máquinas de Vitória da Conquista, citando que a gestão atual teria gasto R$ 68 milhões com essas locações. O candidato fez comparativo com outras cidades do interior e afirmou que a cidade paga 111% a mais. Ele ainda critica a aplicação dos recursos públicos e afirma que este seria responsável pela situação atual de setores como saúde e educação.
Durante a sua participação no bloco, Waldenor (PT) questionou Sheila Lemos sobre os investimentos feitos durante sua gestão e afirmou que a mesma teria se preocupado apenas com “pavimentação de asfalto de péssima qualidade”. O candidato citou que em alguns lugares a população estaria conseguindo desfazer o asfalto com as mãos e citou também as obras da barragem do rio Catolé, com ordem de serviço dada no último dia 2 de setembro.
Lúcia Rocha (MDB) utilizou parte do seu tempo para comentar sobre a situação do IPTU de Vitória da Conquista, questionando a candidata sobre o valor atual da taxa e apresentando proposta para redução caso seja eleita. A candidata também falou sobre os investimentos que pretende fazer para a saúde de Vitória da Conquista, com a criação do hospital da mulher.
4º Bloco:
Na última parte, os candidatos responderam perguntas com tema determinado e fizeram as considerações finais. Aqui mais uma vez foi aberto para que pudesse ser escolhido para resposta até, no máximo, duas vezes.
O candidato Waldenor falou sobre a proposta para o transporte público em Vitória da Conquista, destacando a criação do sistema de “tarifa zero”. Segundo ele, a medida seria implementada inicialmente aos domingos, depois estendida aos estudantes, até que, ao final de seu mandato, todo o município usufruísse do transporte público gratuito.
Marcos Adriano, por sua vez, focou na questão da violência urbana, defendendo que a segurança pública é uma responsabilidade do governo estadual, mas que o município poderia colaborar. Ele destacou a cultura como uma ferramenta eficaz para reduzir a criminalidade e revitalizar a cidade. O candidato também afirmou que vai trabalhar para desenvolver principalmente as zonas periféricas de Vitória da Conquista.
Lúcia Rocha aproveitou o momento para destacar sua experiência como vereadora por oito mandatos consecutivos e o conhecimento que acumulou sobre as necessidades da Zona Rural através das suas experiências. Ela prometeu investir em obras com o objetivo de trazer mais benefícios para as comunidades afastadas e melhorar o abastecimento de água.
Sheila Lemos reiterou que sua gestão foi a que mais investiu na Zona Rural de Vitória da Conquista. Ela citou os investimentos realizados em infraestrutura e saúde na região, destacando o compromisso contínuo em oferecer melhores serviços para a população rural. “Nenhum outro governo trabalhou tanto pela Zona Rural como o nosso”, afirmou Sheila, reforçando que seu plano para os próximos anos inclui continuar esse trabalho de melhorias.
Considerações finais
Em ordem definida através de sorteio prévio, cada candidato teve 2 minutos para as suas considerações finais. A primeira a falar foi Lúcia Rocha (MDB):
“Quero agradecer a Deus por poder participar deste debate maravilhoso. Sou Lúcia Rocha, vereadora no oitavo mandato, tenho feito um trabalho brilhante aqui na cidade. Aceitei o convite de ser candidata à prefeita de Vitória da Conquista pelo povo da nossa cidade. Nós estamos juntos aqui para unirmos forças e mudarmos o destino da nossa cidade, já que nossa cidade está sofrendo com o abandono. Serei prefeita de toda a cidade de Vitória da Conquista!”, disse a candidata durante o seu discurso de consideração.
Em seguida, foi a vez de Waldenor (PT) encerrar a sua participação:
“Como vocês perceberam, eu estou preparado e quero ser prefeito de Vitória da Conquista. Amo muito essa cidade! Aqui tenho família, tive formação acadêmica e profissional, fui reitor na Uesb por 2 mandatos, deputado estadual e hoje exerço o meu quarto mandato de deputado federal. Tenho experiência política, não estou envolvido em nenhum ato de corrupção, conto com o apoio decisivo do presidente Lula, do governador Jerônimo e dos ex-governadores. Por isso, peço o seu voto para a gente transformar este projeto político em realidade!”, afirmou o candidato.
Marcos Adriano (Avante) foi o terceiro a fazer as considerações finais de acordo com sorteio prévio:
“Meu nome é Marcos Adriano, nasci e cresci na periferia de Vitória da Conquista. Sou órfão de pai desde os seis anos e fui criado pela minha mãe que trabalhava dia e noite pelo meu sustento. Hoje sou procurador em diversos municípios do estado da Bahia e trabalho há mais de 20 anos. Se você quer ter um prefeito que conhece a realidade da periferia e da zona rural, saiba que eu não vou ser candidato de ‘Olívia Flores’, serei um candidato da periferia e da zona rural. Neste momento peço a vocês uma oportunidade de transformar a vida de Vitória da Conquista”, disse o candidato ao fazer as suas considerações.
A última a fazer as considerações foi Sheila Lemos (União Brasil):
“Quero reafirmar que sou candidata, sou candidatíssima, estou elegível. Fomos os primeiros a registrar a nossa chapa que foi deferida no Ministério Público do município, pelo juiz daqui do município. Eles levaram o processo para o TRE, eu tive 3 dos 7 votos dos desembargadores, foi uma vitória para eles apertada. Entretanto o Ministério Público entrou com ação pedindo que o TRE reformulasse a sua decisão porque eu sou sim candidata e sou elegível. Nestes 33 dias de campanha na TV e rádio eu fui agredida pelos 3 partidos, mas tive força porque lembrava de você, homem e mulher que me abraçou neste período de campanha”, afirmou a candidata encerrando as considerações finais.
Candidatos à Prefeitura de Vitória da Conquista participam de debate. Foto: Santiago Neto / iBahia
