‘Eu acredito que ele está pagando isso com dinheiro da caixa de sapato’, afirmou o candidato do União Brasil
O candidato a prefeito de Camaçari Flávio Matos (União Brasil) voltou a afirmar que os gastos com combustíveis em carretas estão dentro da lei e acusou o Luiz Caetano (PT) de utilizar dinheiro da “caixa de sapato”, ao insinuar, sem provas, a prática de caixa dois pela campanha do petista, contra quem disputa o segundo turno. Reportagem publicada na semana passada pelo portal UOL mostra que Matos desembolsou mais de R$ 1 milhão com gasolina, etanol e diesel durante a corrida eleitoral.
“A minha prestação de contas é feita de forma oficial. Meu adversário faz carretas todas as semanas, e a gente não vê essas prestação de contas do meu adversário. Eu acredito que ele está pagando isso com dinheiro da caixa de sapato. Ele sempre faz isso com caixa 2, e a gente não faz isso. Nós tratamos o recurso público do Fundo Partidário com transparência, está disponível. Nós fazemos isso com respeito e principalmente com cuidado com o eleitor”, disse Matos em entrevista à Rádio Mix Salvador.
Segundo o UOL, o valor destinado para o abastecimento de veículos da campanha do candidato seria suficiente para rodar 1,7 milhão de quilômetros, ou dar 42 voltas no planeta Terra. O advogado do candidato petista, Ademar Lopes, disse ao UOL que entraria na Justiça apresentando os vídeos das filas para abastecer, já que consideram que houve compra de votos.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) impõe limites para carreatas. Candidatos podem fornecer até dez litros por veículo, desde que ele efetivamente participe do evento, e devem avisar a Justiça eleitoral 24 horas antes, para que os gastos possam ser fiscalizados.
Conforme o UOL, um dos documentos anexados à prestação de contas de Matos indica que os limites não foram obedecidos, informando que foram gastos R$ 9.000 de combustível com 10 carros em um dos eventos. A campanha não respondeu ao portal sobre esse documento específico.
Na entrevista a Rádio Mix, o candidato do União Brasil não foi questionado sobre esse ponto em específico nem deu explicações. Ao reiterar que agiu com transparência, atacou Caetano por não justificar a origem dos R$ 7.353.573,48 recebidos em doações —R$ 2,4 milhões do PT.
“Todas as prestações de conta, temos carretas todas as semanas, são feitas dentro da margem da Justiça, das leis que são aplicadas, sempre tentando ser transparentes com o eleitor. Saíram umas matérias aí que meu adversário utilizou quase R$ 8 milhões. Eu quero saber como ele utiliza isso, uma arrecadação desse tamanho, se temos aí um limite de R$ 6 milhões. Como é que ele está arrecadando tanto dinheiro? Quem são esses interessados que estão dando tanto dinheiro ao meu adversário na busca de tomar o poder de Camaçari? Essas justificativas têm que ficar claras. As narrativas não podem confundir o eleitor”, disse Matos.
Foto: Matheus Morais/Grupo Lomes