Parlamentar colocava familiares no gabinete para desviar verbas públicas
O deputado estadual Roberto Carlos (PV) foi condenado, nesta quinta-feira (28), a 6 anos, 5 meses e 15 dias de prisão, em regime inicial semiaberto. O parlamentar foi acusado pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) de envolvimento em um esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) desde 2008.
De acordo com o MP-BA, Roberto Carlos utilizava familiares em seu gabinete para desviar verbas públicas. A mulher do deputado teria recebido depósitos em dinheiro que totalizam R$ 140 mil entre 17 de janeiro de 2008 e 22 de julho de 2010. Destes, R$ 91 mil foram feitos por meio de uma conta não identificada. Além disso, o próprio deputado teria recebido R$ 203.508,85, valor considerado “incompatível com sua realidade financeira”, conforme apontou a Justiça.
“Na modalidade apropriação de proventos. Cadastro nacional de informações sociais que indica os nomes de assessores que mantiveram vínculo empregatício com a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, através do gabinete do réu, deputado estadual. Ofícios de nomeações e exonerações dos assessores. Réu que, durante interrogatório, confessa a relação de proximidade e confiança com os assessores. Controle do domínio do fato. Nexo de causalidade. Servidores fantasmas. Lista que ostentava a companheira e sogra do réu. Nepotismo”, diz um trecho da condenação.
Além da condenação à prisão, o Ministério Público da Bahia solicitou a perda do mandato de Roberto Carlos e a retenção do valor de R$ 1,3 milhão.
O Grupo A TARDE tentou contato com o deputado estadual Roberto Carlos (PV) para obter esclarecimentos sobre o caso, mas, até o momento da publicação desta matéria, não obteve resposta.
Foto: AscomALBA/AgênciaALBA